sexta-feira, maio 24, 2002

Passei de carro por uma região tomada por quero-queros, milhões deles. Eles estão tomando conta do Mundo.

segunda-feira, maio 13, 2002

Ficamos com inveja do prédio que passou. O nosso também sai para passear, mas é só legal. Aquele não. Havia festa em todos os apartamentos, com luzes estroboscópicas e música alta. Todo mundo se divertindo loucamente. Até o prédio em si dançava balançando de um lado para o outro, quase não conseguindo fazer a curva e passar estreito entre dois prédios sérios.

sexta-feira, maio 10, 2002

Liguei a televisão na TVE e estava passando um clipe da banda Dionisio - eu, o Rodrigo baterista e o Rodrigo baixista. Telefonei para o Caco para avisá-lo e ele pôde ver. O Rodrigo baixista disse que havia mandado um vídeo para o Bebeto Alves, que tem o programa Roda Som, mas que era só para ele ver, não para veicular. Fomos ensaiar no BR-3. A minha guitarra estava baixa e não descobrimos como corrigir o problema. Ela tinha três pinos com cinco timbres cada um e mais dois potenciômetros de timbres, eu fiquei horas botando para lá e para cá até ficar do melhor jeito. Depois do ensaio, conversei com o Marcelo da Superphones. O BR-3 tinha arquibancadas e era circular, como o Gran Circo Lar, em Brasília. Parecia o CTG Sangue Nativo, de Parobé. De repente entrou no bar a Cristiana Oliveira e alguns outro atores daqueles que a gente não conhece de nome. Falei para o Marcelo "Olha ali, a Cristiana Oliveira". Quando íamos voltar a ensaiar, passando na porta do estúdio com a gaita-ponto nas costas parei para falar com a Cristiana, que estava encostada ao lado da porta. "Eu tirei uma foto contigo aquela vez em que tu foi no Galpão Crioulo, estava vestida de prenda. Mas não saiu nada na foto. Eu mostrei o negativo para os meus amigos, dizendo que aqueles vultos éramos eu e tu, mas eles não acreditaram". "Claro", ela disse, rindo. Entrei e ensaiamos, eu tocando gaita-ponto.

Fomos para a praia. Na frente da casa, na grama, no pátio, eu vi um pardal. Pensei como era feio aquele pardal. Olhei em volta e havia vários ninhos por todo pátio, cada um com um pardalzinho. Mas não eram aqueles filhotinhos pelados, eram apenas ciranças de pardais, se é que vocês me entendem. A casa que era minha faz tempo que não é mais, e atualmente tem uma concha, tipo concha acústica das que tem em Imbé, Porto Alegre e Brasília. Ali dentro estava lotado de patos, à esquerda, e havia alguns pardais à direita. Minha vó juntou um bico de pato do chão e comeu. Era crocante como um torresmo.

Depois eu estava trabalhando no computador quando notei que atrás de mim estava a Mônica Potricos, ex-colega que há muito não via. Esperei ela atender quem ela estava atendendo. Quando ela terminou, nem precisei ir. Ela espichou a cabeça por trás de mim, por cima da minha cabeça. Eu levei os braços para trás, abraçando-a de costas, e disse que estava com saudade.
Eu e a Madi estávamos num quarto escuro quando eu comecei a ouvir vozes saindo do meu relógio. Era o Pedro Bopp, que está em Chicago. "Consegui ficar telefonando de graça", disse ele. Eu disse "E aí, Chico Bopp", fazendo um trocadilho com a cidade onde ele está. Perguntei sobre o lançamento do novo disco do Sonic Youth em 11 de junho. Falamos também sobre o show do Radiohead no Brasil. Então apareceu um caminhão e o anúncio "Se o Radiohead não tocar no Brasil, pelo menos o Ozzy Osbourne vai". E salta o Ozzy de dentro do caminhão. Alcancei o telefone para ele e disse "Chicago". Aí ele começou a fazer uns barulhos gozados com a voz: Uaur, Uooo, Uááá etc. Então o Pedro pediu para eu dizer que ele queria ter o papagaio do Ozzy. Eu disse "He said that he wish to buy your parrot (sics)".

quarta-feira, maio 08, 2002

Misto de aerorpoto, universidade, shopping center e rodeio. Um boeing faz piruetas como se fosse um caça e quase se dá mal. Quase não acredito, de tão absurda a cena. Um outro também faz piruetas, cai e explode, provocando uma guerra. Tenho que fugir dos coquetéis-molotov dos chineses. Demoro para reencontrar a Madi, sinto o drama do impedimento de encontrar os queridos durante uma guerra. Quando encontro, há alguns amigos de amigos, um casal de desconhecidos. A garota tira a blusa na nossa frente. Ela tem a pele bem clara e os seios médio-pequenos e pontudos. Depois, em volta de uma churrasqueira, eu toco pandeiro acompanhando as músicas que vêm de umas bancas. Cada grupo que veio para o rodeio tem uma banca lotada de CDs e fitas, e um do grupo é o DJ, fica discotecando.
Eu estou na minha casa do morro, em Parobé, onde morei da infância até os 16 anos. Ouço sons vindo da casa do Leonardo. Era a casa do Leonardo Hennemann, mas quem mora ali agora é o Leonardo Fleck. Os sons são do Lobão, ele está tocando e cantando na sacada da casa. Passa um tempo. Nós estamos descendo o morro, e eu pergunto para o Lobão se ele recebeu os exemplares do MusicZine.
Em Roma, alguém foi me levar ao lugar onde estava a Mônica Koch, uma ex-colega do jornalismo na Unisinos. Chegamos a uma espécie de churrasqueira. Esse meu guia chamava pela Mônica, e ela só respondia com miados. Ele insistiu, disse que era o Douglas que estava ali. Então ela respondeu falando, e eu me emocionei. Subi por uma tubulação até chegar na casa dela. Lá havia pinturas e uma televisão. Ela disse "Aqui valorizam o meu trabalho". Indo embora, depois, pelas ruas de Roma, eu percebi vários mendigos, mas nenhum marginal. Vi o contraste com as cidades do Brasil.
Estou num pavilhão grande. Me mandam subir numa espécie de casinha de salva-vidas, uma coisa tipo aquela em que os juízes de vôlei ficam. Mas esta é bem alta. Chego lá em cima. Então vêm uns soldados da Gestapo e derrubam a estrutura. Caio, mas não chego a me machucar. Uma mulher que estava no pavilhão vem ver se eu estou bem, me dá um abraço e um beijo no rosto. Algum tempo depois vem uma outra e faz a mesma coisa. Fico feliz.
Estávamos num lugar ao ar livre, eu, Madi, Tiago e Gabriela. Comecei a tocar uma música do Astromato no baixo. Acho que era Cadeialimentar. A Gabriela disse "Pára, a idéia da Beatriz é minha". Beatriz seria uma banda cover de Astromato. Depois eu estava num lugar ao ar livre bem aberto, os outros três estavam por perto. Começaram a aparecer passarinhos e mais passarinhos. Era uma revoada quase infinita. Tanta que eu me lembrei do desenhinho das borboletas do Exploding Dog. E a revoada começou a baixar cada vez mais, até que começou a bater na minha cabeça. Então eu tive que me deitar no chão.