quarta-feira, março 27, 2002

Eu tinha guardado a versão encadernada do Watchmen de qualquer jeito e isso terminou fazendo uma "orelha" no bicho. O Rômulo brigava muito comigo.

segunda-feira, março 25, 2002

Construíram novas torres gêmeas. De um dia pro outro elas apareceram ali. As pessoas todas ficaram revoltadas, começaram a protestar na frente dos prédios. Mas mantinham uma certa distância, com medo de eles desabarem. Só que quem começou a explodir foi um outro prédio, perto de onde ficavam as torres antigas. Depois, veio um avião na direção das torres novas e todo mundo ficou apavorado, mas o avião atravessou as torres sem acontecer nada. Ai meu deus, era um holograma... Que brincadeira mais sem graça... Depois veio um trenó com o Papai Noel e, na hora de trombar com os prédios também, tudo desapareceu. Mas aqueles outros prédios tavam explodindo de verdade, então todo mundo começou a correr pra salvar as suas coisas. A gente saiu arrastando tudo pra fora. A minha família começou a juntar os móveis todos no meio do parque onde a gente tava. Tinha uma cama de casal, um armário, uma mala do tamanho da cama e um monte de crianças. Teve uma hora em que eu fui até o laguinho do parque com uma colega minha e a gente começou a transar. Ela tava fazendo em mim alguma coisa muito boa mas que eu não lembro direito, e quando ela terminou eu levantei ela pela cintura e sentei ela na beirada da piscina-lago, abri as pernas dela e ia começar a lamber. Nessa hora, chegaram pessoas e a gente começou a nadar de volta pra onde tava todo mundo.
Eu tava jogando baralho com meu pai, minha irmã (Ninha) e a Mariana Kupfer num apartamento, numa salinha pequena bem branca com uma janelona grande. Era de dia. Eu olhei pela janela e vi um disco voador. depois outro. E outro. Mostrei pras pessoas e elas também viram, todo mundo viu, era de verdade! Montes de discos voadores passeando pelo céu e atirando na gente. Eu me escondi embaixo da mesa, todo mundo ficou apavorado. Já de noite apareceram naves diferentes, deviam ser da Terra combatendo as alienígenas. Era uma guerra, mesmo. Liguei a televisão e tava passando um jornal, dando as notícias sobre a invasão. E também uma propaganda do governo mostrando como eles tavam ajudando a população a reconstruir suas casas, fornecendo material de construção e água, muita água. Apareceram os pedreiros na construção com muita água, e eles nadando felizes na água que tinha no chão, muita água.

segunda-feira, março 18, 2002

Eu tomei café com adoçante e até que tava bom.
- Gabi, cê viu a tatuagem do Iuri?
- Não!! Agora não dá pra ver...
- É mesmo. Ô Douglas, dá ré pra Gabi poder ver a tatuagem do Iuri. É linda, um elefantinho maestro. Ele tá de costas, vestido de fraque e com aquela varinha na mão. Tem duas prelhonas enormes! Ele também é bem grande, ocupa as costas inteiras!
O Douglas deu ré e na hora que ia dar pra todo mundo ver as costas do Iuri, ele se virou pro outro lado.
- Puta merda, Iuri, se vira!
Ele não ouviu, tava longe, mas obedeceu assim mesmo.
- Êêê, que linda!
Apareceram do nada umas camisetas pra vender, pintadas à mão e com coisinhas lindas e frasezinhas lindas. As que eu mais gostei eram pintadas de verde. Uma tinha o mesmo elefantinho do Iuri. A outra tinha a frase "Todas as meninas (não) choram" e um desenhinho assim: duas manchinhas, uma do lado da outra, e cada uma espirrava pra fora três risquinhos com bolinhas na ponta, parecendo um bigodinho de gato.
Agghh. O Rômulo tirou a tatuagem legal que ele tinha na barriga, perto da costela. Uma roda azul grande que ficava linda no agora magro corpo dele. E o apagamento da tatuagem ficou horrível, cheio de cicatrizes grossas. Ele tirou porque cismou que tava no lugar errado, ele ia fazer de novo um pouco mais pra direita. Isso foi a coisa mais estúpida que eu já vi, mas ele não entendeu de jeito nenhum a minha revolta.
E então eu estava numa edição da Casa dos Artistas. A cada movimento que eu fazia, ao beber água ou conversar sobre qualquer bobagem, eu era tomado por uma sensação do tipo "isso vai passar pela edição final? isso vai para o programa, ou é inútil?" E então eu falava qualquer coisa com a Tiazinha, que estava sentada numa cama. Não me lembro ao certo o que me deixou chateado, mas algo me incomodou e decidi tomar um banho. E comecei a me masturbar na banheira. Digamos que eu não controlei a minha eliminação de líquidos seminais e terminei por melar uma parte da borda da banheira onde ficavam os xampus e sabonetes. Eu tentava inutilmente limpar, esfregar, mas o treco parecia pedra e ficou grudado lá. E eu fiquei umas duas lá dentro pensando na humilhação de saber que, ao sair dali, minha ejaculação auto-colante ia ser transmitida em cadeia nacional quando alguém da casa perguntasse: "quem esporrou o banheiro todo?"
Chegaram policiais e disseram que eu até podia continuar na casa, mas que eu ia ter que passar uma noite com ela destelhada. Nem adiantou dizer que as irregularidades foi meu pai quem fez, e que a casa agora era da minha mãe. Partilha dos bens, minha mãe ficou com esta casa da praia. E as telhas agora iam ser arrancadas por uma noite. Havia uma menina de uns 17 anos na casa que disse eu te amo. Eu perguntei como ela me amava se tinha acabado de me conhecer. Não me lembro do que ela disse, mas sei que foi algo gracioso, humano. Ela era virgem e queria transar comigo. Entramos no quarto. As paredes eram de cor de madeira envernizada e a lâmpada era incandescente. Fiquei pensando em como isso ia ser difícil, pois já passei por isso. A cama era um beliche. Ela me esperava sob o lençol da cama de baixo e eu já entrei sem cueca. Mas logo lembrei que a porta estava somente encostada e que a minha mulher estava no banho, logo estaria de volta. Levantei para fechar. Mas ela encontrar a porta fechada ia ser pior. A honestidade existe; a traição, não (ela é cultural). Saí do quarto para falar com ela.

sexta-feira, março 15, 2002

Eu e o Douglas ficamos sentados num banco numa graminha da Unisinos que eu nunca vi enquanto as pessoas passavam pra ir ver o show do Roger Waters. A gente ficou ouvindo de longe.
Eu tava na deitada na cama, quase dormindo, e ouvi um barulhinho assustador. Eu sabia que era um marimbondo (que diabo, todo mundo fala marimbondo, mas o livro do Sarney é Maribondos de fogo, sem m), e eu morro de medo de marimbondos porque sou alérgica e a picada dói muito. Saí correndo desesperada pra sala, e quando vi tinha um monte deles pela casa inteira. Pequeninhos, gigantes, um monte mesmo. Mas era engraçado que eu queria passar a mão neles porque achava que eram macios. Depois de eles terem ido embora (acho que jogamos inseticida) lembro de ter ficado com medo de voltar pra cama. Foi aterrorizante.

quinta-feira, março 14, 2002

Minha mãe jogou inseticida na minha cara. Estou com a boca toda inchada e ferida.

segunda-feira, março 11, 2002

Havia palitos de fósforo no chão do banheiro. Mas parecia que alguns se mexiam. Me agachei, cheguei mais perto, e um que se mexeu fingiu-se de morto. Passei o dedo era aveludado, como um bicho-cabeludo, só que não queimou. Me levantei e tive de novo uma vista panorâmica. Agora havia "palitos" de vários tamanhos. E eram vermes. Resolvi juntar todos num recipiente para analisá-los. Saí à cata de um pauzinho, alguma coisa com que eu pudesse pegar os vermes-de-fósforo. Fui até a área da frente da casa. Enquanto eu procurava, chegavam ônibus. Minha casa era uma rodoviária. Achei um clips aberto e aquilo servia perfeitamente. Comecei a juntar os bichinhos, ali na área também tinha. No chão e nas paredes. Juntava e colocava numa caixa de papelão. Pincei vários de uma vez e joguei na caixa. Só que na caixa errada. Numa que tinha massa para bolo e massa de tomate, que minha mulher tinha deixado ali para não sei o quê. "Tinha que colocar logo ao lado da caixa dos vermes?!", reclamei com ela. Teria como encontrá-los ali dentro ou teríamos que comer os vermes?

segunda-feira, março 04, 2002

O Rambo e o Coronel Trautman estavam passando de jipe numa avenida com palmeiras ou coqueiros no canteiro central. Como a Osvaldo Aranha, em Porto Alegre. Nos postes, havia inimigos. O Rambo pedia para o Coronel atirar neles, mas ele não atirava. Então o próprio Rambo acionou sua metralhadora enquanto passava pela avenida, mas errou todos os tiros. Ou quase. Conseguiu acertar os dois últimos trepadores de postes, quando já estava no fim da rua. Caíram mortos. Fomos ver, eram Teletubbies. Mas aqueles não eram para ter morrido. Eram filhotinhos de Teletubbies com máscaras de adulto. Mortos, viraram biscoito queimado. [12 de maio de 2000]